quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Emoções doentes.


E então nossos relacionamentos podem ser iguais

Narcisistas e espumantes na sarjeta

Entrelaçados em pedaços sem nó

Tão normais que passam despercebidos

Incolores amigos coloridos

Perdidos em uma micareta de emoções

Sensação do não viver...

Alguém tem que ceder...


Lá vamos nós nos cortar novamente

Ficar nos sonhos baixos, ralando o chão

E eu soul o melhor em sentir dor

Só existe uma fechadura, só uma

Já posso até sentir o fedor


Eles te perguntam se “está tudo bem”

Estou cansado de ser doente

Isso me faz chorar, me faz desmoronar


Deixar tudo pra trás

Montar uma oficina da minha loucura

Sentir e sentir

A vida sem estrutura


Não quero morrer, quero matar a minha dor.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gestação.

Dos penduricalhos de mim, que faço relicários pra você:

Quando te beijo, eu giro, rodopio

Quando os olhos se encontram, eles se masturbam

Nus, eles se insinuam

E mais...


Enquanto me debatia nas sombras nostálgicas

Pleonasmos malditos e antenados

Dormiam ao meu lado amarrados

Dormiam ao meu lado amarrados


Há tempos atrás, isolado

Abandonado e drogado

Deitado no chão, olhando o teto sem estrelas

Desacreditando de “Marias Madalenas”

Viciado apenas nos meus dilemas


Eu já odiei todo mundo, assim como você

Eu já me odiei, assim como você

Nossa comunhão é deixar transparecer...

Amém.


À distância eu já sabia

Minha canção preferida

Minha melodia sensitiva

Beijos que causam paralisia


Amor, esse trilho de nuvens doces

Tirou o lodo dos meus olhos

Espreguiçou-me

Numa eterna manhã de sábado

A viver, permito-me


Imagine tudo e mais...

Estamos em tempos de paz...


Te amo pelo que você não é

E amo o modo como você me ama.


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Passo a Passo.

Dentro de mim: uma roda gigante desgovernada. Fora de mim: olheiras desenhadas por lágrimas. O que me trás aqui? Qual é meu papel nesta anarquia da existência? Eu nasci ou fui feito? Porque aqui e não em outro cenário? Estou entregue e nada faço, por quê? Meus gostos, hábitos e gestos ainda continuam sem graça, a cada dia me torno mais alienado e convencional. Isso é fato. Será culpa do mundo inescrupuloso e sujo? Ou estou colhendo o que eu mesmo plantei?

Os sonhos estão morrendo, a realidade padecendo. Acho que vou para o inferno, tenho medo. Nunca fui o tipo polido pela integridade, pelo contrário, sou aquele especialista em tirar as pessoas do sério, que fala quando não é chamado, campeão invicto em brincar devagar e sorridente com a própria existência.

Fechar os olhos é uma viagem astral, fácil render-se a primavera colorida e depressiva da Granja Viana. Abro a janela, vejo todo o verde que se pode enxergar: penso, releio, ando em passo ritmado, por entre as portas só piso com o pé direito. Tenho manias e desvios mentais desde meus 9 anos, acho que daí vem toda a minha facilidade de isolamento e contradição.

Minha cabeça tem um ritmo vezes acelerado, vezes lento. Hoje ela é um misto dos dois. Por isso revolvi caminhar sobre as ruas esburacadas e mal asfaltadas do bairro. O sol está tímido, mas insiste em mostrar sua luz, parece comigo: um fraco corajoso. E, ás vezes, decidido.

“Doença, doença, doença...”, “você é fraco, fraco, fraco...”, “sim, sim, sim...”, “não, não, não...”, “morra, morra, morra”, “calma, calma, calma”, “fraco, fraco, fraco...” “PRO INFERNO!”

A mente não se aquieta. Seria melhor deixá-la de lado? Mas como? Só quero o melhor a todos a minha volta, eu JURO DO FUNDO DA PORRA DO MEU ESTOMAGO INFLAMADO. JURO E CHORO...E DÓI!

De passo em passo vejo que o mundo sofre de cegueira optativa, o homem é um escravo de si mesmo, incapaz de ver o futuro baseado na ciência, mas que mesmo assim busca prevê-lo através de métodos espirituais. Cansei de tentar em entender, deixo levar...

Vou mais longe. Penso em toda dor que causei, nas merdas insanas que falei, nos pedaços simbólicos que arranquei. Se arrependimento matasse, não adiantaria nem a esse que vos escreve ter mais de 7 vidas.

A caminhada para por um segundo. Vejo o paradeiro da minha infância. Sob o olhar do céu, iluminado pelo sol, agradeço por estar ali planejando o inesperado, me reencontrando com meu passado, tendo de volta meu riso. Nem que por alguns segundos, os mais valiosos.

Antes de entrar, em mim surge uma timidez, mais conhecida como medo do inesperado. Alguns passos descalços sobre a grama, não lembro se entrei com o direito ou esquerdo, a terra fria penetrava a sola dos meus pés, a cabeça estava pronta, o corpo pedia um momento de inovação.

Paro sobre o lugar onde costumará refletir. Uma trilha bem ao fundo de uma mata pouco explorada, lá uma ponte de madeira fina ajuda na passagem sobre um riozinho que ainda vive com o mesmo barulho doce e marcante. Novamente fechos os olhos, e como um autor de ficção, me sinto o rei do meu pequeno mundo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Por uma vida com gosto de Coca-Cola.

Irmão, cópia serena de mim:

admiro-lhe com a força do gênio

conheci tua grandeza ainda pequeno

com a mão sob o berço

acompanhado da sensação do crescimento


Envolto no meu ser sendo o que é

nosso pensamento é película

o que nos move é expressão

cada movimento, um sentimento

como e com você, nada é em vão...


Evapore tuas lágrimas, faça delas energia

levante-se veja o dia

sai da rotina, isso é vital

e lembre-se sempre:

nossa ligação é espiritual...