sexta-feira, 27 de abril de 2012

Aventura selvagem.



Nos limites do concreto, onde Breton encontrou o buraco na sombra
Estou indo. Estou a caminho. Estou voando em pleno ecstasy.
Rabisco versos sob a lua estagnada e plasmática
Estou no ventre de minha musa, seus olhos pegam fogo refletindo meu desejo
Dos pés a cabeça, tu és a forma do sublime sentimento mais puro e sem nome
Ela inala o ar, respirando toda minha felicidade
Quando fazemos amor entidades vibram.
Trêmulas.

Vou desbravar mares de Coca-Cola
Vou mergulhar em uma bipolaridade poética
Drenar todos os espaços da cidade esquecida
Embarcar em uma Vênus borbulhante
Fabricar beijos intermináveis nos grafites dos muros recheados de musgos
Tombar em bares reais e imaginários
A minha única certeza é que: um poeta precisa ser muitos poetas
E eu sempre sonhei com esse poema

Oh, glória da manhã
Evoca algo de mim
Faz-me sentir todo dia algo novo
Precisamos rir mais sozinhos
Necessitamos aceitar o convite da alma
Aurora boreal, eu te amo

Sala a meia luz me faz pensar:
Onde estar? Aqui ou lá?
Minha mente é nômade. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Nóia para.



Vejo um oceano de holografias
Mãos invisíveis na minha guitarra imaginária
Lágrimas de linguagem se arrastam pelas linhas deste poema
Enquanto vivemos a tolice prática do amanhã
Sugo-me para seguir em frente e não parecer tão debilitado
Sugo-me para que você não tenha que se consumir

A minha pureza se foi,
Me tornei uma explosão dos meus próprios pensamentos
Uma explosão de expressão:
Suja, vadia, carniceira, imunda, maléfica, arrogante, escarrada
Doente, raquítica, maldita, sem rumo, esquecida, pixada, sofrida feito vida, drogada, embriagada, sem noção do ridículo e
Filha do mundo.

A noite passeia em torno de mim
Ela é tão plural que a desperdiço no canto da vida, vendo cervejas e cachaças voarem ao meu redor.
Dentro da minha cabeça, milhares chaminés apitam em sincronia
Em anatomia, escorrendo por este espaço alucinado e podre
Não vejo mais as cores disso que chamam de rotina
Sou minha eterna prisão, minha dor, minha pretensão
Um restar de sol a meia lua, perdido em velocidade máxima rumo o ostracismo

E no fim a gente descobre que a vida se trata de nós contra nós mesmos. 
A vida não é sóbria
Viver não é estar lúcido.
Sou uma criança assexuada, resta-me apertar esse travesseiro como se fosse um anjo.
Orvalhando em meu próprio destino.

domingo, 22 de abril de 2012

Um pedaço da emoção.



Na cama do diabo
deixo-me acontecer:
Não me importa a origem da tua placenta
Você, fede feito gente pra mim
O teu silêncio nunca vai me confortar
Porque o mar dos meus cabelos é mais importante que você

Esmalte de concreto ao redor dos teus olhos
Cidade que se transforma, mas nunca se limpa
Procuro um jeito de achar um jeito de parecer seguro
De mostrar o calor da minha frieza
Me agrada desenhar com letras
Uma poesia lisérgica, uma mentira contagiosa
Assim, estou a ser eu mesmo
Alguém que chora prosas na madrugada abençoada
E livre.

Restaram eu e minha juventude
Precisamos de algo pra acreditar
Necessito urgentemente me emocionar
Causar estardalhaço
Dividir o meu cansaço
Saciar minha larica de sonhos
Fazer você acreditar que existe figuras de linguagem não é fácil.

Mergulhe em mim mais uma vez
Estou me redescobrindo, again
Fazendo minha fotossíntese    
Fingindo ser normal num mundo anormal
Vivendo a doença da rotina maldita
De condução em condução
Para, penso, estabeleço 
Ainda, de mim, um pedaço de emoção.

Uma gota escorre pelos meus olhos. Está chovendo.