terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um poema sincero.



Oh tempo que passa, me leva
tudo se quebra ao redor
morro de medo de mim
esses dias frios, eles me assustam
me fazem inquilino da minha própria dor
presidiária alma do corpo em existência

Amo você como um tumulto inesperado
tenho fome, sede e desejo
minhas lágrimas viajam sob trilhos de pele
desenhando olheiras semi-estratosféricas
acelero meu corpo assistindo meu cérebro sofrer de claustrofobia
e gosto, dessa religião do foda-se

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Do amarelo pro vermelho.



Palavras enxertadas refletem meu cansaço
rotina dupla face enxagua e seca os olhos nus
apenas gorfo minha mente num quadro surrealista
enquanto a realidade se desfaz em cubos submétricos

Ninguém fala, tudo muda
O que fazer!?
Nós somos o novo e não temos nada pra dizer
Nós somos o novo e não sabemos fazer acontecer

Me afundo pra dentro do teu aquário
fico preso horas num solo do Yes
lembrei dos seres escondidos atrás dos meus cabelos
hoje, queria fazer o coração desaparecer
e a mente desprender

só isso.

sábado, 19 de janeiro de 2013

A chave do universo.



Ouvi você gritar em La maior
abri seu peito, borboletas e lesmas saíram em sinfonia
toquei teus braços com uma leveza que os transformaram em violinos
expandi horizontes dentro de um universo perpendicular
minhas unhas cavaram fluídos num vai e vem gostoso
E só.
Pena.

Sonho breve de um devaneio eterno, Leonardo
me sinto uma minhoca que flutua entre solos de guitarra
tenho essa estranha mania de viajar sem sair do lugar
nessas horas, observar o nada é tudo
o limite é o inesperado,
pedaço inquebrável da minha existência

você é tão forte que abre até os meus olhos
e aguenta o peso da minha paranoia,
por isso, soul grato

encosta aqui,
acalme a rebelião que acontece dentro de mim
tudo que quero agora, por mais simples que seja
é ouvir a música debruçado no seu berço esplêndido 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Apenas um pedaço de sim.



Quando ela anda, o céu muda de tom
sinto o poder da voz de veludo no recinto
pássaros azuis voam atravessando meus olhos
eles fazem ninhos na minha caverna-coração
enquanto durmo com as orelhas nas estrelas
e os pés nas montanhas

Seria engraçado se não fosse verdade
nunca me encaixo nas tuas palavras sóbrias
mas quando beijo sua boca leio teu coração em braile
e gosto um pouco mais de mim
vendo as coisas com uma clareza alucinante e plena

sou apenas um poema-canhão
bagunço meu pequeno mundo caseiro
dominando meu medo com soldados de papel
livre na prisão do meu próprio corpo

domingo, 13 de janeiro de 2013

Faz de conto.



O mundo perdeu sua virgindade neste fim de tarde meio estrelado
simplesmente resisto em ser eu mesmo
banhando a nuca em águas frescas e azuis
com os pés numa trip serena entre girassóis
desenho na sombra o que sobrou de mim
Sorrio, meio que por um segundo, com a maior sinceridade da terra
envolto em plasma e fluxo vaginal
começando mais esta estrofe de vida

Tenho o poder de injetar estrelas nos teus olhos
tirar a leveza das suas roupa e colocá-las em você
abrir as palavras com carinho e lentidão
pra que compreendas melhor a minha maneira de não ser
num afago eterno embarco nas ondas cibernéticas
dedilho teu rosto e penso:
“esse carinho é impossível de evitar” [...]

Domingo, dia da colheita de sentimentos
devastados, inteiros, internos e intensos monstros severos  
Restou-me apelar pro blues e para as palavras já molhadas
quase alcanço as estrelas nestas madrugadas caladas
Amanheceu dentro de nós...
acordo sozinho na minha varanda sem sacadas.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Xanax.



Minha mente sem recesso constrói poesias inteiras
E meu mundo em queda desconstrói o conceito poético.

Vivo uma mistura de improvável e impossível
completamente drenado por você e tão distante
batendo no peito pra quem quiser ver
trancado na diversão eterna
discordo da minha existência
e gosto

- Mãe, fui brincar com o mundo e arranhei o coração
vaidades e cigarros arremessados pela janela
a vida parece uma guerra civil e frágil
ainda vejo um caminho por mais estreito que seja
na fechadura imaginária que espio você provar roupas e mundos novos

O mundo gira, mas não tenho pressa
quero virar o jogo
paz e alguém pra assassinar a preguiça
alguém que tenha vontade de viver
e não de morrer

Seria muito bom um chá e um cafuné
daqueles que fazem a gente caminhar pelas nuvens sem usar os pés
especial para reconhecer desejos entrando em ebulição
sozinho

Bem vindo (a) ao meu mundo