quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Início dos tempos



Escorada nas paredes maltratadas ao lado do bar, a juventude
aquela cortina de fumaça é invisível quando eu olho e ela olha
testemunhas oculares de um momento instável
um trago no cigarro enquanto tento encontrar a palavra certa
a hora certa de chegar
o momento certo de fazer a estrela brilhar

no calor de um beijo desenho com a imaginação
e não me importo mais em ser piegas
inclusive, mais um cigarro e uma Vale Verde
uma pausa.
uma emoção.
aquela roída nas unhas.
aquela mesma cara envelhecendo no espelho 3x4.

Sim, é hora de parar pra penar
só que meus destinos me perseguem
estou preso na pior das prisões
dentro está nublado
tenho saudades de embarcar na roda gigante dos seus olhos

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

American dream.



você não me parece o tipo de pessoa que solta verdades pela goela
te vejo derretida numa viagem de mescalina
outra paranoia que mato em menos de 24 horas
as vezes me pergunto “Quantas qualidades valem um defeito?”

isto que estou fazendo é uma merda
masturbo meus pensamentos e de lá nasce um universo
meus dedos são roídos mas levam além e aquém
em digitação frenética
apresento-lhes meu estado de ecstasy

cansado de ser tão normal e estereotipado
tirei esta noite para decifrar o código das estrelas
silenciosamente obcecado

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Crise de (ã?)siedade.



Em algum lugar entre o extremo e a serenidade
escrevo numa Olivetti 82 flutuando em algodões doces
e faço uma forca com minhas próprias veias
meu sangue é minha obra, é minha casa-poesia
Até que gosto de ter ataques epiléticos involuntários
E acordar dentro do que até então você considera inexistente

Tome um respiro...

Um tiro nesta sua expressão
lisergia na tua depressão  
um grande erro na intenção,
desculpe,
mas estou amando viver o errado
descobrindo que estou levianamente certo

Sim, está tudo bem
andando na linha férrea
preso num solo de bateria
percebo,
o extremo é lírico
e ilícito.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O grande chefe.



Só queria que você gritasse meu nome
mas tudo que escuto é “está acabado, garoto”
meu cérebro enforca o coração
construindo grades dentro da minha existência
bloqueando meu lado pseudo-pornô
viajo sob os olhos da noite
e molhar as palavras em dias como hoje me agrada como nunca

nem nos meus porres mais sinceros poderia imaginar,
nuvens se abrindo e mostrando o horizonte a minha frente
e esse blues que dá voltas na minha cabeça
enquanto o rock alfineta meus alvéolos pulmonares
o tempo corre e, só quero dizer que você é um grito pra fora de mim

mate esse monstro que criou
envolve-me neste labirinto que é o ser
quero ser contagiado com o melhor dos seus orgasmos
e dormir profundamente onde moram os esquisitos

Apenas me abrace.                                                               Me abrace como se eu fosse um anjo.